A bioeconomia está entre os temas mais discutidos atualmente no mundo. O conceito é baseado na utilização de recursos biológicos e renováveis para a geração de produtos e serviços.
Este conceito surgiu da necessidade em tornar prático o desenvolvimento sustentável, pois trata da transformação do modelo econômico atual, baseado na utilização da matéria-prima fóssil e consumo exagerado; em um novo modelo inovador, que utiliza matéria-prima renovável, possui processos com baixas emissões de carbono, e proporciona à sociedade melhor qualidade de vida, sem deixar de lado a produtividade e retorno financeiro.
A bioeconomia está diretamente ligada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um conjunto de metas globais, que fazem parte da Agenda para o ano 2030, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
É possível citar o ODS 7 (energia limpa), o ODS 9 (indústria, inovação e infraestrutura), o ODS 11 (cidades e comunidades sustentáveis), o ODS 12 (consumo e produção sustentáveis) e o ODS 13 (ação contra mudança do clima), como temas que possuem metas com impacto direto na bioeconomia.
O Brasil possui um grande potencial em se tornar líder neste segmento devido à diversidade dos recursos naturais e riqueza em seu território, e às capacidades científicas e tecnológicas que dão grande força produtiva ao país.
Dentro do contexto da bioeconomia, uma das abordagens que merece ser destacada são os resíduos sólidos. A bioeconomia surge como uma oportunidade para redução da geração de resíduos.
Muitos setores produtivos têm se voltado para este assunto com boas expectativas de inovação.
Um exemplo é a fabricação de cosméticos e produtos de higiene produzidos a partir de resíduos da agroindústria.
Um outro exemplo é o uso dos resíduos de coco verde como matéria prima. O coco é um material de difícil decomposição, podendo demorar até oito anos para se decompor totalmente, sendo necessária a procura de uma alternativa viável, inteligente e sustentável para redução deste resíduo.
Uma das alternativas é o uso para substrato agrícola, onde a casca do coco verde é processada e passa a ser matéria-prima para produção de substratos de boa qualidade, e, então, ser utilizada na produção de mudas ou de cultivos sem o uso do solo. Outra destinação está no uso da fibra de coco verde no lugar de painéis de cimento-madeira como alternativa na construção civil, minimizando os impactos dos resíduos de construções.
Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) o Brasil perde R$ 8 bilhões por ano quando deixa de transformar todo resíduo reciclável que é encaminhado para aterros e lixões nas cidades brasileiras.
A bioeconomia pode ser possível através do esforço dos setores público, privado e sociedade civil.
Não temos nem 2 ou 3 planetas para continuar com o nosso estilo de vida e viver bem. Sendo assim, precisamos ser disruptivos e corajosos para romper as limitações e estar aberto às inovações e às mudanças, mesmo que isto signifique que precisemos mudar de hábito hoje.
Texto enviado por: Ana Paula Franco de Oliveira.