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Empresas membro do NRGHUB apresentam soluções de tecnologia e inovação em pitch day digital

Organizado pelo #NRGHUB, encontro reuniu 13 empresas que apresentaram seus modelos de negócio e aspectos inovadores aplicados ao setor de energias renováveis e sustentabilidade.

Empresas de diversos ramos de atividade participaram, no dia 21 de maio, do Energy Talks Digital: Pitch Day dos Membros do NRGHUB. Organizado pelo NRGHUB, o primeiro Hub de Energia do Brasil, a programação, que ocorreu de forma digital, teve como objetivo expor as soluções das empresas membro do NRGHUB, destacando o foco em inovação, tecnologia e sustentabilidade.

Ao todo, 13 empresas apresentaram seus produtos e serviços ao longo de três painéis divididos pelos temas Tecnologia, Gestão e Inovação, Energia e Sustentabilidade. Como em um seminário, os representantes das empresas envolvidas no evento tiveram um tempo determinado para as devidas apresentações. O evento destacou a oportunidade para troca de informações e experiências com o propósito de conectar, mesmo que virtualmente, empresas para o desenvolvimento de novos negócios.

Tecnologia

Cinco empresas apresentaram seus modelos de negócios no painel Tecnologia. Evandro Gonçalves, Diretor da Datatem, fala da atuação da empresa como provedora de conectividade gerenciada com foco nos mercados de Smart City, Smart Energy e IoT, com soluções dedicadas para cada nível da cadeia produtiva. Fundada em 2012 e hoje com mais de 800 clientes ativos em todo o país, está incluída nos ecossistemas do Paraná como Vale do Pinhão, Hotmilk, Fiep. O propósito da empresa é unir a cobertura nacional da rede GPRS (EDGE 3G e 4G) com plataforma de gestão de sim card M2M. Em paralelo, oferece suporte técnico que entende o fator crítico de muitas das operações dos clientes e faz atendimento personalizado.

“Todo o sistema de Smart Energy necessita de gerenciamento remoto”, aponta Gonçalves. “O envelhecimento da rede de distribuição de energia tem feito com que os players do mercado procurem gestão remota, com renovação de ativos de rede e uma visualização mais antecipada de pontos de falha”, informa.

Douglas Carstens, da Materialize, cujo trabalho é auxiliar na construção de projetos na área de tecnologia da informação e encontrar oportunidades de negócios, destacou a importância de identificar lacunas no mercado de tecnologia para pensar e elaborar novas soluções. Hoje, os clientes que procuram a Materialize encontram, explicou Douglas, equipe de especialistas, com metodologia de trabalho personalizada, entregas semanais e comunicação 100% registrada e compartilhada em tempo real. “A gente consegue trazer muito mais produtividade hoje do que quando tínhamos uma metodologia mais tradicional, do dia a dia de desenvolvimento”, garante.

Atualmente, a empresa contabiliza sete mil horas realizadas em projetos, 26 especialistas em TI, mais de 20 ideias materializadas; 2,6% de churn (taxa de benefício real para os clientes); 51% de crescimento em números de horas trabalhadas por mês no primeiro trimestre deste ano. “A gente começou a entregar para o cliente o resultado que ele não tinha com a própria equipe”, comemora.

Como representante da Crowd Voice, empresa que investe em tecnologia, Carstens apresentou o trabalho cujo foco é resolver dificuldades na busca por informações sobre cobertura das operadoras de celular. Uma vez que as informações sobre essas coberturas na maioria dos casos são prestadas pelas próprias operadoras, havia dificuldade em entender, por exemplo, por que em determinadas áreas que, segundo as prestadoras do serviço, contavam com cobertura, o sinal não era dos melhores. Assim, a empresa oferece uma solução que faz todo o mapeamento da cobertura das operadoras.

“Essa dor era muito latente tanto no mercado de energia quanto no de meios de pagamento. Então desenvolvemos algo diferente: fazer nosso mapeamento junto da cobertura das operadoras. E nisso criar um database desses dispositivos para saber qual é a cobertura e como isso pode mudar”, explicou. Exemplo: um prédio construído em determinada região pode se transformar em empecilho para o sinal do celular. Uma vez que toda empresa precisa de uma comunicação constante e fluida com seus clientes, a Crowd Voice auxilia na criação de ferramentas para que esse canal não seja interrompido. Com a tecnologia SDK (Software Development Kit), oferece a desenvolvedores como melhorar seus aplicativos. E em paralelo encontra sinais de celular e cria os mapas das operadoras.

“Nesse momento de pandemia, temos uma ação que entende a mobilidade e a proximidade das pessoas junto a hospitais e áreas de risco para entender se existem aglomerações. Conseguimos pegar esses dados, de forma anônima, autorizados pelo cliente, dentro do que define a Lei Geral de Proteção o de Dados (LGPD) e usamos isso para o bem”, informa. Os dados são fornecidos de forma gratuita aos órgãos públicos responsáveis pelas ações de controle e combate à covid-19.

Criada em 2008, com foco em soluções direcionadas a gestão de custo em telecomunicações, a MG8 auxilia seus clientes na minimização dos custos. Em sua apresentação, Luiz Francisco Matos Neto, co-fundador, destacou que a MG8 faz uma análise do cliente, dos contratos de telecom, infraestrutura e os serviços contratados. A partir dessa avaliação, propõe melhorias de revisão dos contratos, atualização da tecnologia e otimização dos recursos. Na área de gestão, assume a tratativa com a operadora de determinado serviço, contestando cobranças indevidas (caso encontre alguma), além da alocação de recursos, controle do inventário e serviço de help desk.

Com uma ferramenta própria, a TRP (Telecom Resources Planning), consegue ter uma visão completa dos serviços gerenciados. Permite, por exemplo, visualizar todos os gastos de telecom da empresa por tipo de serviço ou operadora. Ela é atualizada diariamente, se adapta a qualquer modelo de negócios e tem integração com sistema de ERP. O desenvolvimento é da Materialize.

Marcelo Otte, diretor da Vetorlog, lembrou em sua fala que usa solução Datatem em serviços prestados ao setor de energia. Com foco na gestão de energia elétrica, oferece, como produto principal, sistemas para medição e monitoramento de energia elétrica. No mercado desde 2011, todos os seus profissionais têm origem no mercado de energia. Hoje conta com mais de 600 pontos de medição de energia e atuação intensa no setor de energias renováveis.

A solução oferecida pela Vetorlog coleta os dados do medidor, que são enviados para servidores em nuvem. Disponibiliza também ao usuário o aprimoramento de indicadores, ferramentas de análises, com gráficos, índices e tabelas. “A gente vende conveniência”, explica Otte. “A gente liberta o cliente da tabela excel”. As soluções são de fácil instalação e está disponível a qualquer grande consumidor. Entre suas funcionalidades estão a setorização dos gastos, comparação de consumo x meta, composição de custos e comparação do quanto é utilizado de geração distribuída ante o uso tradicional.

“Comparo nossas soluções com o computador de bordo de um carro. Você chega ao fim da viagem e descobre quanto gastou. Quem gosta de dirigir com computador de bordo já economiza ao longo da viagem”, explica.

Gestão e inovação

Quatro empresas abordaram o tema no segundo painel. Adilson Santos, co-fundador da 4.0 Skills tratou do trabalho de treinamento e orientação profissional ofertado pela empresa. Tomando a NBA, liga profissional de basquete norte-americana, e a valorização que ela obteve nos últimos cinco anos, ressaltou a busca atual pela excelência como algo presente em todas as atividades profissionais.

Fundada no segundo semestre do ano passado, a empresa atua com foco em dois públicos potenciais: profissionais interessados na evolução das suas carreiras, que percebem a necessidade de aprimoramento de desempenho, e empresas que buscam se aproximar no ambiente da indústria 4.0 com cultura de investir em suas equipes, no incremento de processos e de performance.

“Há uma cultura de excelência presente, uma busca por superação. Essa é a razão de existência da 4.0 Skills”, definiu Santos.

Voltada à capacitação e à melhoria de gestão no agronegócio, a SIA trabalha pelo que classifica como intensificação sustentável. “Dentro do agronegócio a gente se depara com intensificações nem tão sustentáveis”, informou Bruno Quadros, diretor executivo da empresa, fundada em 2010. “A SIA traz essa visão de olhar o todo de uma propriedade rural e procura, com a nossa equipe, enxergar o negócio como um todo”, acrescenta. Desse modo, suas soluções contemplam sustentabilidade ambiental e econômica para as propriedades atendidas.

A maneira que a empresa encontrou para inovar em um setor bastante tradicional como o agro foi a digitalização. Utiliza o conceito de farm design em que cada parte da propriedade é vista de modo específico, como uma unidade, para conferir se a produção é eficiente.

Hoje a empresa conta com clientes nos três Estados do sul, além do Mato Grosso. São 1.224 propriedades atendidas de forma indireta e 2 mil de modo direto, em 205 municípios. O atendimento prestado pela SIA é diário: todos os dias um técnico da empresa visita a propriedade, está junto com o produtor, dando assistência e consultoria.

Em sua intervenção, Felipe Wotecoski, CEO da Hidreo Energy Solutions, explicou que o trabalho da startup (que mudou o nome no início deste ano para iniciar um trabalho de internacionalização) é focado no desenvolvimento de soluções para microgeração de energia a partir de fontes renováveis. “Falar sobre energia é falar sobre o maior desafio que a humanidade tem pra resolver nos próximos 50 anos, segundo especialistas: o fornecimento, distribuição e qualidade de energia”, salienta.

Hoje a empresa oferece a MCH, ou micro central hidrelétrica. Com as dimensões próximas às de um frigobar, o módulo tem capacidade para gerar energia para atender até cinco casas de porte médio. O produto trabalha com captação de fio d’água sob pressão, vazão a partir de 5 litros por segundo, potências de 1 a 75kW, ou até 54 mil kWh/mês.

Hoje a Hidreo atua em cinco estados do país, tem como meta fechar 50 contratos em 2020 e trabalhar com mil profissionais no Brasil. O trabalho se dá por meio de representantes e canais revendedores – lojas de material de construção e elétrico.

A Fohat, a primeira empresa de energy intelligence do Brasil, aplica inovação no setor energético ao entender as demandas desse mercado relativas a questões regulatórias e políticas. “Nossa missão é unir o setor energético ao financeiro”, informa Renan Schepanski, head de vendas. “A união desses dois mundos fará do Brasil um mercado evoluído, como o de países como Alemanha e Austrália”, projeta. Todo o trabalho da empresa é orientado pelo conceito dos 3D’s da energia.

A atuação da Fohat acontece em duas linhas: integração, com arranjos customer needs para a gestão dos ativos de uma empresa, voltados para autossuficiência energética, eficiência e redução de custo; e linha de comercialização, com soluções que digitalizam o processo e promovem transações de energia peer-to-peer, com o uso de inteligência artificial, big data e advanced metering.

Energia e sustentabilidade

O terceiro painel foi aberto por Cesar Augusto, fundador e diretor da Domínio Solar. Desde 2015 no setor de energia solar fotovoltaica, tem como propósito auxiliar pessoas e empresas de diversos portes a alcançar resultados econômicos e sustentáveis a partir da geração de energia oriunda da luz do sol. Conta com equipe própria de engenharia, estrutura completa de profissionais qualificados e mais de 32 mil placas instaladas em nove estados do país.

A solução oferecida pela Domínio Solar contempla todas as etapas do processo, desde a viabilidade técnica, econômica e financeira do projeto, incluindo assessoria na escolha do fornecedor de equipamento. “Buscamos por resultado financeiro e linhas de crédito competitivas, todo o processo jurídico-operacional, que envolve também solução sobre mercado livre e geração distribuída e a comercialização de energia excedente para grandes clientes”, diz o empresário.

Atualmente, com base em estudo da Bloomberg, a energia solar representa apenas 1,2% da matriz elétrica do país, mas a projeção é chegar a 32% até 2040.

A Lummi Energia entende que o setor elétrico é bastante complexo. Assim, seu trabalho de consultoria e gestão em energia é simplificar todos os processos, conforme informou Pedro Masiero. “Trazemos uma solução completa, desde a identificação do potencial até o uso da energia como um todo”.

Com “cara de startup”, salienta Masiero, atua a partir de quatro pilares: enxugando processos, com métodos fáceis, simples e ágeis; excelência técnica, com dedicação profunda ao planejamento e verificações técnicas; presença constante, com investimento em ferramentas e pessoas para que a comunicação e o acompanhamento sejam constantes; transparência, atenta aos interesses dos investidores.

A EIDEE Energia trabalha focada em sustentabilidade, inovação e transformação digital. Segundo Claudio Dantas, CEO da empresa, a palavra de ordem é transformar gastos em investimento que tragam benefícios.

Para isso, desenvolveram junto com o NRGHUB uma metodologia de projetos chamada iLabs, um laboratório de inovação. Por essa metodologia, trabalham para transformar gastos recorrentes e ineficiência em novos benefícios a partir da implantação do modelo iLabs. Faz-se um diagnóstico do projeto, então é criado um mapa de oportunidades, que é tratado como prioridade do trabalho. A seguir, define-se quais os projetos possíveis, a estrutura de cada um deles e coexecuta os projetos com outros conceitos do iLabs: as células de inovação.

Com esse conceito, já trabalharam em projetos de iluminação pública e projetos de iluminação artística para algumas prefeituras. Além disso, a empresa trabalha também com projetos de eficiência em edificações, que permitem, por exemplo, definir um modo de utilização otimizada de energia a partir do uso de energias renováveis. Outra solução é a de eficiência industrial, sobretudo na parte de motores, que demandam maior energia.

A Emergia é uma consultoria que atua na área de engenharia ambiental. Fundada por Ana Paula Franco de Oliveira e Vitória de Oliveira, surgiu a partir das dificuldades observadas no setor. A partir de uma enquete, as consultoras perceberam que, de 100 profissionais que responderam a enquete, 90 assumiram que não conseguem entender como ampliar sustentabilidade na prática e no dia a dia das organizações; 80 desses profissionais não contam com corpo técnico para auxiliar nos processos ambientais ou não se sentem preparados para isso, e encontram dificuldades para trabalhar com sistemas e burocracias.

Criaram então soluções que promovem o desenvolvimento sustentável. Entre elas, um plano de gestão de resíduos sólidos, que permite à empresa pensar no resíduo gerado por ela como um produto, matéria prima para ser aplicada no início do processo produtivo ou para ser vendido a outras empresas.

A Emergia realiza também toda a avaliação de processos ambientais, como licenciamento ambiental, gerenciamento de resíduos, estudos de impacto de vizinhança, atua em P&D com universidades e realiza capacitação profissional, além de aplicar seus conhecimentos na busca por certificações ambientais e de qualidade.

Um dos trabalhos de capacitação profissional realizado pela Emergia é o Ciclo Sustentável, em parceria com NRGHUB, que acontece por meio de workshops práticos. “Não é que os profissionais não sejam capacitados para atuar e aplicar sustentabilidade. É que no cotidiano muitas vezes acontece de se perder o foco”, analisa Vitória de Oliveira. Ela acrescenta que sustentabilidade não é apenas pensar no meio ambiente, mas também em todo o lado social do processo produtivo, que envolve colaboradores internos e externos e a parte econômica de uma organização.