Dados do BNDES revelam que o Brasil movimenta anualmente cerca de 326 bilhões de dólares em setores relacionados à Bioeconomia. Já a União Europeia, que vem se estruturando há mais tempo, movimenta mais de 2,3 trilhões de euros por ano e estima ter 18 milhões de empregos ligados ao setor.
Apontada como a (r.)evolução ecológica da sociedade, a Bioeconomia resulta em diversas vantagens: redução nas emissões de carbono, aumento da produtividade de alimentos, geração de empregos de maior qualificação, conservação das florestas e dos recursos naturais por meio de processos produtivos sustentáveis.
Questões climáticas e o aquecimento global estão impulsionando os países a transformar suas respectivas matrizes de energia, tornando-as mais limpas. Durante a COP26, países anunciaram a intenção de descarbonizar a economia e reduzir em 30% a emissão do gás metano até 2030. Estas metas de descarbonização irão impactar processos e consequentemente o desenvolvimento de produtos. E nesse contexto, a bioeconomia surge como uma grande oportunidade para a descarbonização dos processos industriais.
Segundo Cyro Calixto, no caso dos combustíveis renováveis, temos no Brasil um grande exemplo de bioeconomia, que são as usinas de cana de açúcar que produzem Etanol através da fermentação do caldo de cana ou processo enzimático do bagaço; além da bioenergia e até mesmo o biogás e seus coprodutos: o biometano, CO2 e biofertilizantes.
“Tendo as usinas de cana como exemplo, sabe-se que é consumido em média 1 litro de Diesel para produzir 7 litros de Etanol. A solução de descarbonização seria substituir o Diesel pelo Biometano, produto que já faz parte do portfólio de produção desta indústria e que já existe tecnologia de mercado disponível para ser utilizado em caminhões e tratores.” complementa, Cyro.
A Europa vem atuando fortemente no desenvolvimento da bioeconomia como uma estratégia integrante de políticas públicas para promover não apenas a descarbonização de processos ou setores econômicos, mas também a sustentabilidade em todas as suas esferas.
O Brasil caminha para essa direção, mas ainda enfrenta alguns desafios. Dentre eles, a falta de uma estratégia de política pública mais abrangente, que envolva mais investimento em pesquisas, empreendedorismo e inovação.
O especialista convidado, Cyro Calixto acrescenta que os bancos de fomento deveriam estruturar um ambiente favorável de parcerias, não apenas com grandes empresas, mas também com novos empreendedores que não possuem garantias para desenvolver indústrias de base tecnológica, como acontece na Europa, por exemplo.
“No Brasil temos casos de sucesso em estratégica de políticas públicas, como as indústrias de Biodiesel e Etanol. Temos uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, indústrias muito desenvolvidas, que geram empregos e desenvolvem diversos setores econômicos, mas a meu ver é necessário evoluir para outros setores e produtos como a petroquímica, manufaturas e bens de consumo em geral.” destaca Cyro.
As biorrefinarias são exemplos de indústrias que podem impulsionar o desenvolvimento sustentável dos países. Para Cyro, apesar do termo biorrefino parecer novo, as usinas de cana refinam Etanol há décadas. Tomando esse setor como um grande exemplo para o mundo, o setor sucroenergético trouxe grandes oportunidades de desenvolvimento sustentável para o Brasil, mas é um tipo de indústria muito pouco ligada a inovação quando nos referimos ao desenvolvimento de novos produtos.
Trazendo outros exemplos de aplicação das biorrefinarias ou bioindústrias, o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, é um país com uma capacidade imensa de produção agropecuária e consequentemente de biomassas que poderiam ser valorizadas para novos produtos. “Enxergo muitas oportunidades para sermos um país cada vez mais desenvolvido nesse tema, mas temos muitos desafios e a mudança climática é um deles, precisamos ter maior capacidade para prever o clima, desenvolver controles para mitigar os eventos climáticos e criar uma inteligência climática para que todos tenham conhecimento acerca dos problemas que estão acontecendo ou que venham acontecer.” destaca Cyro.
A Bioeconomia é um conceito relativamente novo, apesar de aplicações antigas da indústria. No entanto, essa nova economia tem tudo a ver com inovação, pois ela veio para reinventar aplicações de recursos renováveis na indústria e na sociedade de forma sustentável e circular.
“A Bioeconomia possibilita enxergar além do convencional, é olhar para a natureza e buscar uma forma de integrá-la às necessidades do ser humano, utilizando seus recursos sem agredir o ecossistema como todo, criando uma relação simbiótica e de respeito para criação de um ambiente sustentável.” ressalta Cyro Calixto.
Sobre a Haka Bioprocessos:
A Haka surgiu com a ideia de gerar valor com resíduos que não tem valor para o mercado, são produtos descartados em aterros industriais ou sanitários ou que são submetidos a processos de baixa geração de valor.
Unindo conhecimentos de setores industriais distintos como o agronegócio e óleo & gás para criação de produtos que tem alta demanda de consumo, como os combustíveis, por exemplo. O modelo de negócio da Haka é baseado na utilização de resíduos de proteína animal e resíduos plásticos em um processo de reciclagem química e refino para produção de diesel, gasolina e outros derivados como fertilizantes e insumos para nutrição animal.
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