A visão da New Holland na transformação da mobilidade
Conversamos com Nilson Righi responsável de Marketing de Produto para a América do Sul da New Holland, especificamente no segmento de tratores agrícolas. Nilson Righi é formado em Engenharia Agronômica pela ESALQ – USP com especialização em Gestão de Negócios pela FAE Business Scholl. Ele possui mais de 20 anos de experiência nas áreas de engenharia de marketing de produto e desenvolvimento de produto tratores é também, especialista em em tratores de alta potência (> 140 hp) e tratores com tecnologia de motores movidos a biometano.
Sabemos que a definição de mobilidade urbana é um atributo das cidades que se refere à facilidade de deslocamentos de pessoas e bens no espaço urbano. Tais deslocamentos são feitos através de veículos, vias e toda a infraestrutura (vias, calçadas, etc) que possibilitam esse ir e vir cotidiano. No entanto, o grande desafio dos grandes centros é a sustentabilidade da mobilidade. “Na minha opinião de observador (já que não sou especialista no tema) é que temos carros demais nas ruas e faltam boas opções de transporte público. Vale lembrar que quase a totalidade dos modos de transporte são movidos a combustíveis fósseis.”, ressalta Nilson Righi, responsável pelo Marketing de Produto América do Sul da New Holland.
Para Nilson Righi, a indústria automotiva e de veículos comerciais (leves e pesados) tem apostado em projetos que usem combustíveis alternativos para contribuir com a mitigação dos impactos ambientais. “Veículos urbanos e leves com a tendência de elétricos e os comerciais, principalmente os pesados apostando nos motores a gás. Etanol, também é sempre uma opção considerada, devido à facilidade de obtenção e seu apelo verde.”, acrescenta Nilson Righi.
Uma grande tendência para os próximos anos é que veículos híbridos sejam cada vez mais estudados para que, num período de 2 a 5 anos, novas opções de combustíveis mais limpos estejam no mercado. “Dentro dessa ótica, abre-se um leque de opções que vem sendo desenvolvido na categoria “híbridos” nas mais diversas combinações podem ser encontradas: diesel – gás / diesel – etanol / etanol – gás / tetrafuel / entre outras.”, destaca o responsável pela área de Marketing de Produto da New Holland América do Sul.
Nilson Righi observa que apesar do incentivo ao desenvolvimento tecnológico é necessário um ambiente mercadológico favorável ao uso dos novos combustíveis, com as cadeias de produção e distribuição prontas para receber esses veículos. “Ou seja, é preciso que existam os novos combustíveis disponíveis para abastecer essa nova geração de mobilidade. Isso se aplica especialmente ao gás, que devido à limitada malha de gasodutos no país, teria que ser produzida localmente pelas empresas, fazendas e cooperativas.”, acrescenta Righi.
A mobilidade rural tende a ganhar muito do ponto de vista econômico e tecnológico com nova geração de máquinas agrícolas movidas a combustíveis alternativos. Além disso, uma nova oportunidade de mercado aparece para as propriedades rurais com a cadeia produtiva das energias renováveis, principalmente com o biogás e a energia solar fotovoltaica, soluções que contribuem para a redução de custos e mitigação dos gases de efeito estufa. “Isso vai trazer inclusive faturamento extra para essas propriedades, já que receberão pelos Cbios no programa Renovabio.”, destaca Nilson Righi.
Segundo Nilson Righi, a New Holland tem alguns projetos com combustíveis alternativos em andamento, porém o primeiro que estará nas lojas é do trator movido a Biometano. “Temos este tipo de desenvolvimento como prioridade na empresa, o que nos rendeu o título de “Clean Energy Leader” globalmente, e na prática trazendo resultados, permitindo a New Holland ganhar, por 8 anos consecutivos, o prêmio principal do índice Dow Jones de sustentabilidade”, destaca.
Além disso, Nilson Righi complementa que a inovação é uma obsessão na empresa e, quando aplicada a projetos de sustentabilidade, ganha importância ainda maior. “Por isso, temos um plano de longo prazo para estender a oferta de motores a gás para toda a linha agrícola e no futuro, um cliente da New Holland vai poder escolher, para qualquer equipamento, se vai comprar motorização diesel ou gás.”, afirma.