Em 30 anos, a população mundial deve chegar a 9,7 bilhões de indivíduos. Isso representa um aumento de 2 bilhões de pessoas segundo estudo publicado pela Organização das Nações Unidas, em 2019. Mais gente no planeta significa maior demanda por alimentos, bens e serviços. E, consequentemente, aumento do uso de recursos naturais para produção.
Mais do que uma oferta quantitativa é preciso pensar na qualidade do que é e será produzido, levando-se em conta a sobrevivência das atuais e futuras gerações e a preservação das diferentes formas de vida planetária, sem comprometer a economia e os recursos naturais.
Estudar alternativas, implantar inovações e assegurar a viabilidade econômica das novas soluções vem sendo um desafio para governos, empresas e pesquisadores de todo o mundo. Pesquisas e propostas avançam em diversas partes do mundo. Amplia-se o conjunto de possibilidades a partir das discussões globais que, há tempos, têm como consenso a substituição a transição energética rumo à uma matriz mais renovável.
Uma alternativa que surge é a bioeconomia: um conceito de economia inovadora que traz resultados mais abrangentes a partir de uma concepção transversal. De maneira muito simples, trata-se de uma economia ecológica baseada na produção industrial a partir de recursos biológicos. O conceito engloba elementos essenciais na sobrevivência das espécies, inclusive a humana.
A transversalidade da bioeconomia é um dos seus principais atrativos e traz impacto positivo na medida em que envolve a criação de sistemas produtivos integrados com condições de diminuir (ou reverter) impactos ambientais e, ao mesmo tempo, assegurar benefícios sociais e econômicos. Com a adoção da biotecnologia, por exemplo, é possível substituir a utilização de plásticos, recursos não-renováveis e fertilizantes em processos produtivos.
Outra vantagem da bioeconomia é a invenção e criação de produtos e sistemas com ganhos além do equilíbrio ambiental e o desenvolvimento sustentável. A produção de medicamentos, alimentos, produtos químicos e rações, e outros artigos consumidos pela sociedade moderna, contribuem para o crescimento econômico, a promoção da saúde e a qualidade de vida.
Diante da biodiversidade e dos recursos naturais, o Brasil reúne condições satisfatórias para avançar em bioeconomia. O desafio é investir em pesquisas aplicadas e integradas às demandas de mercado para avançar no desenvolvimento dos produtos à base de recursos biológicos. Como resultado teremos cidades mais sustentáveis, melhor mobilidade no campo e na cidade, alimentos mais saudáveis e melhores condições de vida e bem-estar.