Com um histórico desde 2013, o Projeto Smart Energy Paraná, publicado no Diário Oficial nº. 10308 de 5 de Novembro de 2018, é uma das principais ações do Programa Paranaense de Energias Renováveis e tem seu foco no uso de geração de energia elétrica distribuída no Estado.
O Tecpar realiza a secretaria executiva do projeto e mobiliza as competências que o Estado e a sociedade já têm. Além disso, o Tecpar busca novas competências para desenvolver o setor energético do ponto de vista econômico, ambiental e social no Paraná.
No Smart Energy Paraná, o Tecpar homologa as diferentes tecnologias disponíveis no mercado para apresentar à sociedade as tecnologias já testadas pelo instituto, com geração de dados e capacitação de mão de obra local para atrair investimentos nesta área para o Paraná. A plataforma de energias inteligentes do programa Smart Energy Paraná reúne painéis de energia solar, um gerador de energia eólica e uma estação solarimétrica.
Com o propósito de conhecer mais sobre as inovações do projeto Smart Energy Paraná, o NRGHUB entrevista o especialista no setor elétrico e Diretor de Indústria e Inovação do Tecpar, Rafael Rodrigues.
NRGHUB: O que é o programa Smart Energy Paraná e como ele vem influenciando o setor energético do Estado?
Rafael: É um projeto direcionado ao alinhamento estratégico do Estado no uso eficiente, conservação, armazenamento e geração de energia elétrica por meio de fontes renováveis operando em redes inteligentes. A grande influência para o setor energético do Estado é a integração entre a produção de energia renovável, as infraestruturas relacionadas e o consumo, coordenadas através de serviços energéticos, usuários ativos e tecnologias apropriadas.
NRGHUB: Quais são os principais desafios para instituir um modelo de governança em energia no Estado e no Brasil?
Rafael: Os primeiros desafios consistem na mobilização das competências que o Estado, o país e a sociedade já têm e na busca de novas competências para desenvolver o setor eletroenergético do ponto de vista econômico, ambiental e social, aderindo ao cenário inovador das tecnologias inteligentes que gradativamente tomam conta do setor eletroenergético. A sedimentação de uma política pública estadual pautada na legislação nacional vigente e com destaque para um planejamento energético que envolva todas as modalidades de energia (renováveis e não renováveis), além da identificação de fontes de recursos, são outros desafios a serem enfrentados.
NRGHUB: Quais as principais oportunidades a serem exploradas no setor energético dentro do Estado do Paraná?
Rafael: As energias renováveis mostram ser importantes alternativas para exploração no Paraná. Fontes renováveis como a solar, a biodigestão e a geração eólica podem, em conjunto, fornecer energia de qualidade para o Estado. Particularmente, em função da força da sua agropecuária, os grandes beneficiários serão as propriedades rurais do Paraná. Além de contribuir para a segurança energética, a exploração das energias renováveis contribuirá para a mitigação de impactos ambientais advindos da atividade agropecuária e redução do consumo de energia oriunda de fontes fósseis.
NRGHUB: Quais as tendências que você enxerga relevante para o desenvolvimento do setor energético no nosso Estado?
Rafael: Algumas tendências de grande relevância para o desenvolvimento do setor eletroenergético no Paraná, e que também estão sendo mundialmente discutidos, incluem a melhor gestão da energia, a eficiência energética, as fontes renováveis, as smart grids e as microgrids, smart cities, o armazenamento de energia e os veículos elétricos. Desta forma, o Estado terá condições de acompanhar a tendência global de desenvolvimento sustentável, já adotada em muitos países.
NRGHUB: Qual a proposta do Living Lab liderada pelo Tecpar?
Rafael: A proposta do Living Lab Tecpar é disponibilizar um ambiente de pesquisa concebido para facilitar a inovação colaborativa, intermediando as necessidades do cidadão, das empresas privadas e públicas e dos institutos de pesquisa. Pretende-se dar respostas para tendências mundiais de diminuição do tempo de uma inovação se lançar no mercado e com o usuário tendo voz ativa no desenvolvimento de um novo produto. A principal característica do Living Lab é a participação do usuário desde o começo do desenvolvimento do produto/inovação.
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Rafael Rodrigues é o atual Diretor de Indústria e Inovação do Tecpar
Possui graduação em Engenharia Industrial Elétrica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2004), pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2005), mestrado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Paraná (2010) e MBA em Gestão estratégica de Empresas pela ISAE/FGV (2012). Atualmente é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Paraná. Atuou como Engenheiro Eletricista Residente em Obras Civis, Elétricas e de Automação de Sistemas de Refrigeração por 01 ano e 11 meses. Exerceu a função de Engenheiro de Operação do Sistema Elétrico de Potência na Companhia Paranaense de Energia (COPEL) por 12 anos e 2 meses. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Sistemas Elétricos de Potência, atuando principalmente nos seguintes temas: operação, sistema de medição de sincrofasores, digitalização de subestações, planejamento sistêmico de assuntos energéticos e exploração e aproveitamento energético de fontes alternativas de energia, base de dados, sistemas computacionais avançados (data analytics e machine learning), controle de tensão, pesquisa e desenvolvimento (02 Projetos de P&D ANEEL) e normatização das instruções de operação do sistema de transmissão. Diretor Administrativo nas empresas CAPRE.tv E-learning e na Agência CAPRE Soluções em Marketing e Publicidade. Diretor de Gestão Estratégica da Associação de Profissionais da Copel (APC) e Presidente da Associação Farol da Madrugada, desenvolvendo projetos na área de empreendedorismo social. Conselheiro na FIEP (Conselho Temático de Energia e Cluster de Energia). Participante NPEnergia – Núcleo de Pesquisa em Energia: Políticas Públicas, Finanças e Tecnologia.